Por muitos considerado o homem que salvou o futebol brasileiro quando a sua selecção passava por um dos momentos mais negativos de sempre, Luiz Felipe Scolari tentará chegar ainda mais longe na sua segunda participação com a selecção portuguesa num Campeonato Europeu.

Festa estragada
Tudo parecia bem encaminhado para o treinador brasileiro conduzir Portugal à conquista do ceptro europeu a jogar em casa, já que a selecção da quinas passou com distinção os obstáculos até à grande final do UEFA EURO 2004™, mas, tal como acontecera no primeiro jogo da competição, os gregos voltaram a estragar a festa, derrotando os anfitriões, por 1-0, naquele que terá sido, provavelmente, o momento mais dramático da história da prova. Quatro anos volvidos, os portugueses vão voltar a participar num Campeonato da Europa, tendo assegurado a qualificação depois de terem terminado no segundo lugar do Grupo A. Apesar de Scolari ter referido que a selecção lusa "precisa de melhorar" - Portugal assegurou a passagem no último jogo da fase de grupos, com um empate em casa ante a Finlândia -, a equipa parece sentir-se confortável e confiante sob o comando do treinador brasileiro.

Grande campanha
Os vice-campeões europeus fizeram entretanto um excelente Campeonato do Mundo em 2006, eliminando a Holanda e a Inglaterra, tendo apenas perdido ante a França, nas meias-finais, por 1-0, naquele que foi o melhor Mundial da turma das quinas desde 1966. Scolari, que antes da prova na Alemanha fora abordado pela Inglaterra para se tornar seu seleccionador, renovou por mais dois anos pela federação lusa, a 14 de Julho de 2006. O agora treinador não foi tão bem sucedido enquanto jogador, optando por dedicar-se à carreira técnica em 1982, ano zero de um percurso que haveria de causar enorme impacto ao mais alto nível. Treinador respeitado no Brasil, começou a passear nos corredores da fama em 1995, vencendo a Taça dos Libertadores com o Grémio FBPA. Quatro anos depois, repetiu o feito, mas com o SE Palmeiras.

Desconfiança
Estranhamente, o seu estilo agressivo e disciplinador não colheu a apreciação do público quando o técnico assumiu o cargo de seleccionador do Brasil. Depois de um apuramento complicado para a fase final do Campeonato do Mundo de 2002, a sua promessa de levar o Brasil às meias-finais da competição foi recebida com grande desconfiança e muita ironia. No entanto, as suas palavras haveriam de confirmar-se no terreno. Mais ainda: apesar de não ter incluído Romário na sua equipa, a inspiração de Ronaldinho e Ronaldo foram o mote para levar a melhor sobre a Alemanha na final do Mundial do Oriente.